Mediciona Tradicional

Com a data de 25 de junho, o SIMERS, por seu presidente Paulo de Araújo Mendes e secretaria geral Ana Maria Martines, publicou uma nota com o titulo Medicina Tradicional. Os termos são surpreendentes e comprometedores. Garante que: 1) A medicina e uma só; 2) Qualquer outro exercício e ilegal; 3) Esta tomando as providencias jurídicas cabíveis párea a punição dos responsáveis, o fechamento, a proteção a saúde publica e o resguardo de terceiros de boa fé. Tudo isso sob o aval de que a verdade faz bem a saúde. Para responder a essa ousadia, convem lembrar que na década de 80 do século passado, realizou-se em Roma, um simpósio sobre saúde. Um conhecido especialista em medicina com os dados em mãos, chegou a afirmar que os curandeiros, com seus métodos tradicionais, curam tanto quanto os médicos de profissão, mas a custo muito inferior. Convem ainda lembrar que a época moderna, com a implosão do racionalismo e a queda das ideologias, eliminou-se os pensamentos de uma única dimensão. A partir de então se vive decididamente em um mundo pluralista. Proibir cursos de medicina que tem o aval da tradição, seria o mesmo que rejeitar cursos de filosofia aristotélica só por sua providencia ancestral. A verdade liberta! Não podemos esquecer que no século XX deu foros de ciência a parapsicologia. Faz, pois, parte do acervo acadêmico mesmo antes de seu reconhecimento oficial baseado no bom senso, no auge da ditadura racionalista na filosofia, Pascal garantia que existem razoes que a própria razão desconhece. A evolução cientifica deu-lhe plena razão. Hoje se avançou para novos paradigmas e, desde Einstein, se enfatiza a perspectividade. Não da mais como desclassificar métodos e conteúdos sem tomar em consideração essa realidade. Ninguém duvida da necessidade de controles eficazes, sem, porem, desconsiderar o progresso cientifico e a liberdade de opções: na economia, a ética se sobre põem a livre iniciativa; na comunicação, o diploma não é garantia de verdade para ninguém; na religião, a liberdade religiosa constitui um direito fundamental, e na medicina, a saúde é um direito de todos e não constitui privilegio de ninguém. Enveredar nestes e outros campos, por uma via única, torna-se extremamente perigoso. Na cartilha da saúde, com o titulo Um Apelo da Bioetica, questiono os métodos desumanos da medicina dita cientifica. Gostaria que o SIMERS antes de ingressar no plano político, respondesse a cinco questões: 1) Se os médicos atendem melhor aos pacientes que a Medicina Tradicional? 2) Se os métodos gozam de maior seriedade? 3) Se os médicos cometem no exercício de sua profissão menos erros que os outros? 4) Se os cursos são mais sérios que os da medicina tradicional? 5) Se os médicos fazem mais pala saúde e pelo bem estar dos pacientes e buscam mais a verdade do que os da medicina tradicional?

Dom Dadeus Grings
Arcebispo de Porto Alegre

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